Páginas

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Caso Joanna: Pai é indiciado por tortura


André Rodrigues Martins, pai da menina Joanna Cardoso Marcenal Martins, que morreu no último dia 13 de agosto, foi indiciado, nesta sexta-feira (15/10), por tortura. O inquérito, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), foi encaminhado ao Ministério Público, que vai analisar se pede ou não a prisão do suspeito.

O titular da especializada, Luiz Henrique Marques, explicou que a decisão foi tomada a partir de vários indícios. Cerca de 50 testemunhas foram ouvidas e laudos foram feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) durante a investigação.

“O indiciamento foi possível a partir de um conjunto de fatores que levaram a conclusão que o pai torturava a criança. Existe aí uma diferença entre maus tratos e tortura. Maus tratos têm a intenção de corrigir, educar. Tortura é a agressão, sem nenhuma intenção corretiva, com motivação desconhecida”, afirmou Luiz Henrique.

Laudos do IML acusam meningite viral como a causa morte da menina. A pena por tortura pode chegar a 8 anos, sendo prorrogada em casos de agressão a crianças e adolescentes. O Ministério Público pode, ainda, julgar que o pai teve participação no falecimento da filha.

“Se o Ministério Público achar que o pai participou da morte da filha, ele pode ser indiciado por homicídio também. Cabe ao órgão decidir por isso”, concluiu o delegado.



O falso médico que atendeu a menina em um hospital da Barra ainda está foragido. Com o indiciamento do pai, os dois inquéritos relacionados à morte de Joanna estão concluídos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Polícia Civil prende 15 milicianos que atuavam na Zona Norte

Quinze milicianos foram presos, nesta quinta-feira (23/09), por policiais da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO – IE). A Operação Todos os Santos, ainda em andamento, tem como objetivo cumprir 40 mandados de prisão e desarticular a quadrilha que atua nas comunidades de Água Santa, Zona Norte.

Com a ação, totalizam-se quase 500 milicianos presos pela Polícia Civil desde 2007. Só no ano passado, 250 destes criminosos foram capturados. Grupos da Baixada e da Zona Oeste, como Liga da Justiça, Chico Bala, Mirra, entre outras, foram desarticuladas em ações pontuais da DRACO e de outras especializadas.
“Para sua consolidação em algum lugar, a milícia tem três fases: a do policial que chega para proteger a comunidade, a da dominação financeira, controlando serviços, e a politização, que se aproveita da influência para exigir que o cidadão vote nele ou em algum candidato de sua preferência. Nessa ação foi muito importante a ajuda da população que nos procurou, não suportando mais aquela situação”, afirmou o chefe de Polícia Allan Turnowski, durante a coletiva sobre a operação.
Segundo o titular da DRACO-IE, Cláudio Ferraz, a quadrilha estava preparada para implantar o terror e fazerem uma imagem de que a população local precisava deles. “O grupo preso hoje estava consolidado naquela região. Ele monopolizava imóveis, cobrando uma parte do aluguel, além do fornecimento de sinal de TV a cabo. O armamento que a quadrilha usava era considerado de grande porte. Eles matavam quem pudesse interferir no seu poder, assaltavam na região para que a população achasse que realmente precisava pagar a eles em troca de segurança”.

A ação tem como objetivo cumprir 40 mandados de prisão. Até o momento, 13 deles foram cumpridos e outras duas pessoas foram presas em flagrante. Armas, munições de diversos calibres, carregadores e granadas foram apreendidas.


Os presos são:

Wellington Alves Barbosa, o “Nam”, PM – chefe da milícia
Fábio Henrique Moura Paraíso, PM
Fábio Zanini de Oliveira, PM
Marcos Gileno Alves Pereira, PM
Renato Moura dos Santos, PM
Ronaldo Ribeiro Fernandes, PM
Sérgio da Rocha Neves, PM
Luis Eduardo Oliveira Teixeira, PM
Marcos de Faria Pereira, o “Cabeça” – chefe da milícia
Alessandro da Silva Soares
Ismael Peres, o Beirinha
Tarcísio Albuquerque de Moura
Lindemério da Silva Teixeira, o “Mais Velho”
Carlos Antônio Ferreira da Silva, preso em flagrante
Marcelo Rangel, preso em flagrante

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desarticulada quadrilha de traficantes de classe média

Dezesseis pessoas foram presas, nesta quarta-feira (22/09), em mais uma ação de combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A “Operação Consórcio”, realizada pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro e Polícia Militar, conta com o apoio das inteligências dos estados de São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Segundo o coordenador da ação, delegado Carlos Abreu, da subsecretaria, a droga principal comercializada pelo grupo, composto de jovens da classe média, era a maconha hidropônica, que tem origem no Paraguai. “Anteriormente, o grupo adquiria o entorpecente com traficantes do Rio, mas depois resolveu criar um consórcio para comprá-la diretamente com o fornecedor”.

O chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, atentou para a forma diferente de atuação da quadrilha. “São jovens de classe média que viram no mundo do tráfico uma maneira de ganhar dinheiro fácil. Eles têm boa formação e não objetivavam o consumo, mas sim a venda das drogas, se aliando aos ‘matutos’, que são responsáveis pela compra do entorpecente no Paraguai e revenda no país”.

Allan Turnowski também falou do modo de vida dos criminosos e alertou para as consequencias que essa nova atividade gera nas famílias. “Eles esbanjavam. Faziam festas, tinham mansões na Região dos Lagos. Podemos impedir nossos filhos de subirem o morro para comprarem drogas, mas não as pessoas que eles conhecem no asfalto. Isso serve de alerta para ficarmos ligados nas amizades que eles têm para evitar dramas futuros”, finalizou.


“O Pedro, chefe da quadrilha, comprava a droga de traficantes da favela. Com o tempo, ele viu que era mais lucrativo se fosse diretamente relacionado com o fornecedor da maconha e deixou o traficante de lado. A partir daí, o criminoso fez consórcio com outras pessoas e começou a negociar com o ‘matuto’”, explicou o subsecretário de Inteligência, Rivaldo Barbosa.

As investigações sobre a quadrilha começaram há quatro meses. Dos 17 mandados de prisão, 13 foram cumpridos. Três pessoas foram presas em flagrante e quatro estão sendo procuradas.

O grupo vendia cerca de 100 a 150 quilos da droga em baixa temporada e a comprava em São Paulo por R$ 3 mil/kg.

Os dezesseis presos foram:

Em Búzios, Região dos Lagos:

Pedro Cerqueira Magdalena, o “Gordo”, 27 anos

Carlos Eduardo Lopes da Silveira, 34 anos

Daniel Navarrete Pimentel, o “Beicinho”, 29 anos

Diego Pereira Ribeiro Krause, 24 anos

Daniel de Souza Gomes, 27 anos


Em Niterói:

Gabriel Petrucci da Fonseca, 26 anos

Leonardo Neves de Almeida, 33 anos

André Froes Silva, 31 anos

Marcelo Froes Silva, 28 anos

Marcos Vinícius de Souza Veiga, 20 anos


Em Macaé, região Norte Fluminense:

Sérgio Paloma Torres, o “Serginho do Turano”, 24 anos


Em Guarapari, Espírito Santo:

Gerson Garcia de Cerqueira Neto, o “Gessinho”, Guarapari, Espírito Santo


Em São Paulo:

Identificado como Walter “Gordão”

Identificado como João Paulo

Identificado como Leandro “Titio”

Identificado como Luiz, com quem foi encontrada uma arma 380



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DEDIC: Novo programa da Polícia Civil realiza registros de ocorrências na casa das vítimas

A Polícia Civil dentro das casas das vítimas. Esta é uma das mudanças que o programa Delegacia de Dedicação Integral ao Cidadão (Dedic) introduziu, inicialmente em sete delegacias, com um método inovador que visa acelerar as investigações e uma maior aproximação com a população. Implantado em fevereiro deste ano, o programa já rende bons frutos.

Pioneiro na América Latina, o grande diferencial do Dedic está na maneira em como a vítima pode fazer um registro de ocorrência: basta ligar para a delegacia da circunscrição em que mora, ou fazer o pré-registro pela internet, agendando uma hora, entre 8h e 00h, para receber os agentes na própria casa, ou, se preferir, para comparecer na unidade policial.

O chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, reconhece que é preciso estabelecer uma boa relação com o cidadão, ressaltando que o programa é uma forma de mudar a relação entre ele e o policial civil. “Muitas pessoas que foram fazer o registro de ocorrência nas delegacias falaram que ficaram com receio de receber os agentes na sua casa e mudaram de ideia após verem o atendimento dado a elas. Nós estamos mostrando que queremos essa nova relação com o cidadão”, afirmou.

“O programa é um esforço muito grande da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil no sentido de dar um serviço à população mais dinâmico, mais eficiente e transparente. Nós sabemos que a população não tem conhecimento de muitas ideias excelentes como esta e é esse o nosso objetivo: fazer com que todos conheçam esse projeto, para que ele realmente se torne algo perene, seja uma mudança”, explicou Ignez Barreto, responsável pelo Movimento de Segurança de Ipanema, durante a palestra “DEDIC: Paz, Ordem e Segurança em nossas ruas”, realizada em abril. No evento, estavam presentes o chefe de Polícia, do subchefe administrativo da Polícia Civil, Rodolfo Waldeck, do diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), Ronaldo Oliveira, do delegado Rafael Menezes e da titular da 15ª DP, Bárbara Lomba.

Os agentes que participam do programa trabalham em período integral, em escala de expediente, de segunda a sexta-feira, perfazendo oito horas diárias. Dos policiais lotados nas delegacias, apenas 20% a 30% continuam a trabalhando sob o regime de escala de 24h por 72h. Isso possibilita uma maior dedicação à corporação. O foco da iniciativa é a investigação policial, por isso o efetivo trabalha totalmente descaracterizado.

Segundo o subchefe administrativo da Polícia Civil, Rodolfo Waldeck, quando o policial vai até a casa da vítima, é criada uma amizade, uma aproximação, o que qualifica a investigação, dando a possibilidade dela ser concluída naquele momento, na residência. Ainda segundo o delegado, a equipe liga para o cidadão perguntando como ele foi atendido, além de mantê-lo informado por telefone ou pela internet sobre o andamento do seu registro de ocorrência.

Quando solicita a visita dos policiais em sua casa, a vítima recebe os nomes dos agentes, além do modelo da viatura descaracterizada em que eles estarão. Os policiais usam um laptop e uma impressora, para agilizar o atendimento. O único requisito para que haja este tipo de serviço é que a pessoa more na mesma circunscrição da delegacia responsável e que o crime tenha sido cometido naquela região.

O subchefe Rodolfo Waldeck atenta para a diminuição do tempo para se fazer um registro que antes demorava 17 minutos e com a implantação do programa será concluído em até três minutos. “É uma maneira da Polícia Civil estar mais próxima e criar uma relação amigável com o cidadão. Neste programa, a população é responsável por moldar a rotina da delegacia. Com os policiais nas ruas, estaremos onde está o problema. Isso permite também que a Polícia Militar não perca tempo assumindo as ocorrências, encaminhando vítimas para as unidades policiais, podendo se dedicar exclusivamente ao patrulhamento ostensivo”, finaliza ele.

O programa começou com sete delegacias modelo: 12ª DP (Copacabana), 14ª DP (Leblon), 15ª DP (Gávea), 16ª DP (Barra da Tijuca), 19ª DP (Tijuca), 35ª DP (Campo Grande) e 77ª DP (Icaraí). Para este trabalho, foram convocados alguns dos novos inspetores de polícia. Os policiais envolvidos no programa foram preparados exclusivamente com o objetivo de atuar no projeto DEDIC, e participarão de cursos de aperfeiçoamento em técnicas de atendimento, voltados para grandes eventos, além de receberem aulas de inglês e espanhol.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Falcão PARA sempre!




É sempre assim, os bons morrem cedo. É homenageando nosso companheiro de treinamentos, aulas inaugurais e da vida, que estreamos nosso blog. Não era dessa maneira que gostaríamos de começar essa nova etapa, mas achamos que isso não podia passar em branco. Começamos a pensar como isso pode mudar. Logo eles, logo quem nos protege, quem está lutando por nossa segurança.


Jorge André Oliveira Costa, ou Falcão 30, será lembrado para sempre por seus parceiros de arma, a sua outra família. Como um dos seus companheiros falou, na última formatura do Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), em um dos discursos mais emocionantes: “Inconsequentes são aqueles que se jogam em um mar revolto, mesmo sabendo o perigo que correm. Corajosos são os que arriscam a sua vida em prol do bem comum. Aos que se foram, dando a sua vida por esse bem, damos o nome de herói”.


Mas, como ele mesmo disse uma vez "O tempo às vezes é alheio à nossa vontade, mas só o que é bom dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível!". Só nos resta agradecer pela honra de termos compartilhado de alguns momentos em comum que, com certeza, ficarão na memória.


É nessa hora que entendemos o grito de guerra daqueles que pertencem ao Setor de Operações Táticas Especiais (Sote), ecoado aos quatro ventos com orgulho. É com ele que passamos nossa mensagem de lamentação e saudade: “Falcão, SEMPRE!”.